quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Nos corredores da Rádio Nacional

O auditório fica no 21° andar do antigo prédio do jornal A Noite, na Praça Mauá, o primeiro arranha-céu da cidade. Por ali circularam César de Alencar, Manoel Barcelos, Renato Murce e Paulo Gracindo, lá na década de 50. E ali foram criados semi-deuses, como Cauby Peixoto, Emilinha Borba e Marlene. Estamos nos corredores da Rádio Nacional.

Paulo Roscio produziu e dirigiu o documentário “Rádio Nacional”, lançado em setembro. No embalo do filme, Paulo resolveu resgatar uma velha disputa e abriu, no site, a enquete: quem é a eterna Rainha do Rádio? Dois dias depois achou que o site estava com problemas por que já registrava mais de 150 mil votos. Opa... Mas estava tudo funcionando direitinho e a enquete fechou, dois meses depois, com quase um milhão e 700 mil votos. Do montante, 83% cravados em Emilinha Borba. Marlene, ficou com o resto.

Damiana Viera, Damiana Borba, como prefere, 81 anos, trabalhou como passadeira na casa de Emilinha. Estava lá, atenta e feliz na platéia do programa “Dorina.com”, que recebeu o fã clube da cantora para a entrega do Troféu A Eterna Rainha do Rádio, criado por Paulo, que achou muito justo premiar tanta fidelidade. Teve gente que comprou computador só para votar!

Homens e mulheres, emocionados, sofriam ainda com as dores cantadas por sua Eterna Rainha, ou riam cúmplices das coisas mais safadas...

“Radio Nacional”, o filme entrevistou cerca de 40 pessoas, entre cantores - Cauby Peixoto e Roberto Carlos lá estão - pesquisadores como Ricardo Cravo Albim, Rodrigo Faour e Sérgio Cabral, e a apresentadora e atriz Daisy Lúcidi, ex-deputada e ex-vereadora. Talvez os depoimentos emocionados soprem no ar a revitalização da Rádio, no mesmo movimento de revitalização da região da Praça Mauá. Seria bem bonito para a cidade.

Que tal subir ao 21º andar do velho arranha-céu. Afinal, a Rádio ainda é nossa.

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