quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Melhor lugar para namorar

Esse calor que nos envolve pode levar a impulsos, desvios, fugas, encontros abissais. Lembra-se das paixões de verão? Fulminantes e inesquecíveis?

Um desvio certeiro e providencial no meio do dia para quem anda ali nas redondezas da Caixa Cultural é se lançar no saguão, feliz em adentrar o espaço amplo, de pé direito infinito.  

Pode bailar se quiser, se banhar no frescor e no quase silêncio.

Lá em cima, o primeiro andar recebe desde segunda, dia 13, a exposição No balanço da rede. Quer saber? Tem redes de todos os lugares, tem barulho de rio, de água fresca correndo. Tem cantoria de pássaros de bichos que a gente nem sabe quais são. É um truque de mágico no calor desconcertante do Centro. Pena que a gente não pode deitar.

São 50 redes armadas num cenário de mata, com esculturas de animais, plantinhas, árvores. Ah, uma delícia de florestinha. Tem redes feitas por índios com tramas urdidas com tucum, buriti, carnaúba. Outras de algodão industrial ou rústico, naturalmente tingido; e aquelas bordadas, com varandas de crochê com o esmero de nordestinas prendadas.

Uma ótima notícia para os amantes da rede: ela é ortopédica, pois encosta todos os apoios da coluna, acolhe e relaxa. E mais, o balanço da rede trabalha a bipolaridade do cérebro, ou seja, estimula o lado direito e o esquerdo e o sonhador acorda mais esperto.


Então pronto: se você já arranjou a sua paixão de verão ou já tem paixão antiga, vá namorar na rede. Não há lugar melhor.  Já ensinou o mestre Câmara Cascudo: “A rede toma o nosso feitio, contamina-se com os nossos hábitos, repete, dócil e macia, a forma do nosso corpo”.  Ora, se forem dois corpos a namorar...




CAIXA Cultural Rio de Janeiro
Galeria 3
Avenida Almirante Barroso, 25, Centro.

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