quarta-feira, 14 de março de 2012




Divisor de águas


Muito estranho, um pouco difícil e acima de tudo belo demais aqueles barcos ancorados (mas ainda em movimento?) no Centro Cultural Banco do Brasil. Saltam de uma estante que abriga as águas de rios que desaguam na Baía de Guanabara, como se tivessem encontrado ali o portal para chegar até à Sala A Contemporânea, no CCBB. Apontam para o porto, como se ainda fossem seguir viagem.


Os barcos foram recolhidos por José Rufino, em suas excursões de reconhecimento e coleta lá na Paraíba, de onde vêm. Divortium Aquarum significa o espaço geográfico onde as águas se separam. Rufino re-arruma, embola, reorganiza elementos e objetos de memória, como os velhos barcos, elementos culturais, patrimônios locais e faz surgir um pequeno universo que pulsa. Um divisor de águas.


Apenas uma única obra e que inicia a programação da Sala A Contemporânea que vai receber artistas que representem os novos rumos da arte brasileira, vinda de cidades do nordeste, sul e sudeste do País. Logo ao lado, no mesmo andar, Tarsila do Amaral brilha com todas as suas cores. Mas a instalação, ou site specific, como a chama o autor, é também experiência única e forte. Os barcos navegarão por muito tempo com você. Acredite.


Rua Primeiro de Março 66
Horário: terça a domingo, das 9h às 21h
Entrada franca
Encerramento da temporada: 22 de abril de 2012

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