quinta-feira, 24 de novembro de 2011


Ciça – ainda tem majestade na vizinhança do Paço Imperial
No seu primeiro emprego como cozinheira, em Salvador, Ciça deixou claro ia ficar pouco tempo - só até juntar dinheiro para ir para o Rio de Janeiro. A patroa riu e decretou: "Você vai para o Rio, sim. Mas é para o Rio das Tripas, aquele ali da Baixa do Sapateiro".

Pois Ciça já está no Rio de Janeiro há nove anos. Seu tabuleiro é referência no Centro, majestade baiana na Praça XV, coração da cidade. O perfume do dendê vai longe e a freguesia é fiel. Tem quem venha buscar um pacotinho para viagem, outros gostam de sentar para comer o bolinho cortado, servido no prato com vatapá, caruru, salada, e tem até quem passe só para cumprimentar a baiana. A baiana sabe que tem freguesia cativa para a happy hour, até por que o freguês vicia. "Olhe, se eu disser que tem diferença entre o freguês baiano e o carioca, eu vou mentir. Aqui, quem não é baiano mesmo tem um pezinho lá. É o pai, a tia, a avó, tem sempre algum baiano na família. Então, queira ou não queira, o sangue pede dendê", entrega.

O local do tabuleiro é ponto privilegiado - Praça XV, esquina com a Rua do Mercado, em frente ao prédio da Bolsa de Valores. Ciça está lá todas as terças, quintas e sextas. Mas vá sabendo que Ciça diz a verdade: dendê vicia e você vai voltar. Mas vixe, que vício bom!
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